Tag Archives: Aventuras da Pastora

The bitch is back!

É verdade queridos leitores, a Pastora está de regresso após uma licença sabática de sensivelmente 3 meses. Com muita pena minha, não me tem sido possível dedicar o tempo merecido ao meu pequeno pasto, que é este blog. No entanto, é com grande satisfação e surpresa que constato, que apesar de tudo, ainda continuei a ter algumas visitas durante a minha ausência. For what is worth, aqui fica um pedido de desculpas aos meus leitores (que são poucos mas bons), pelo meu súbito desaparecimento.

Durante este período de hibernação blogática (se é que a palavra existe), a Pastora teve a oportunidade de viver diversas aventuras, ainda que nem todas elas fossem muito agradáveis. De qualquer das formas, muito há a contar, por exemplo, em relação à Peixeira, personagem já aqui antes referida e indubitavelmente uma das maiores arqui-inimigas da vossa amiga Pastora. É verdade, a Peixeira voltou à carga com a sua arma de combate, que neste caso é uma mala Louis Vuitton (imitação tailandesa, claro…), obrigando assim a Pastora a defender-se com o seu cajado e a dar-lhe, citando alguém do mundo do futebol, uma «sapatada de luva branca». De qualquer das formas, os confrontos com a Peixeira serão descritos em maior pormenor brevemente, em mais um post das Aventuras da Pastora. Apenas vos quis deixar com água no bico… (bela estratégica de marketing, hein?)          

 Mas não é só… não percam os próximos posts acerca do tenebroso caminho de decadência da Leiteira (também famosa personagem deste pasto), da existência do Homem-Camaleão, nova personagem do pasto (que é também um aliado da Pastora, logo é bonzinho), e das novas paisagens musicais que a Pastora anda a saborear, and so on, and so on, and so on…  

Não percam!    

Prometido é devido

E como a Pastora é uma mulher de palavra, aqui está a prometida foto das casas-de-banho do metro do Campo Grande. Apesar de na foto não se observar o nível de imundice que reportei anteriormente… acreditem: é mesmo muito mau (o cheiro não engana…)!

On toilets

Lembram-se daquela cena no filme Trainspotting, onde é referida a pior casa-de-banho de toda a Escócia? Pois bem, após anos de exílio do mundo dos transportes públicos, tive o prazer de descobrir as piores casas-de-banho de todo o Portugal… que são, nada mais, nada menos, que as casas-de-banho do metro do Campo Grande. Não tendo palavras para descrever a imundice e decadência com que fui abalroada, limito-me a reportar a sensação de surrealidade que me possuiu, ao entrar naquela que mais parecia outra dimensão. Questionei-me até se não teria sido tele-transportada para um qualquer recanto manhoso e pútrido do Harlem… De qualquer das formas, e como os extremos se tocam, a decadência era tanta que até tinha o seu quê de estético. Prometi a mim própria voltar lá só para tirar umas fotos. E se os planos não me falharem… há-de ser amanhã. Prometo que brevemente dar-vos-ei a conhecer as provas.

Já agora, se alguém quiser partilhar mais experiências relativamente a casas-de-banho pútridas, decadentes, imundas e altamente desaconselháveis, estão à vontade para usar e abusar da caixa de comentários.

Eels andem aí!

Depois de uma relativa ausência, eis que a Pastora tenta escapar do mundo dos mortos-vivos (a.k.a. mundo do trabalho) para mergulhar de chapão no seu mundo virtual e quiça autista, que é o seu blog pessoal.

Este post em particular, está impregnado, acima de tudo, de um grande sentido de dever. E isto porque a Pastora sente-se em dívida para com os seus leitores. Ora, a verdade é que tive o privilégio de ir ao concerto dos Eels, no passado dia 19, como os leitores poderão depreender pelos meus anteriores posts. No entanto, devido a uma enorme falta de tempo e disponiblidade mental, não preenchi essa grande lacuna que foi reportar a minha experiência do concerto.

O espectáculo em si começou de modo relativamente inesperado. Qual não é a surpresa da Pastora quando em vez de músicos, vê subir ao palco um boneco assustador a ser enrabado pela mão do ventríloquo que o acompanhava. Ainda que tenha simpatia pelo ventríloquo e aprecie o esforço que implica este tipo de trabalho, terei de ser honesta… foi a parte mais aborrecida da noite.

Adiante… a primeira parte, assegurada pela portuguesa Emy Curl, foi bastante interessante. Com um aspecto zen-excêntrico, Emy, de cabelo cor de fogo, mostrou-se senhora de uma grande voz. A sua música,  envolta numa aura docemente melancólica, acompanhou na perfeição a sonoridade acústica da guitarra, produzindo um efeito bastante soothing para o público. Ainda que tenha achado as músicas de grande qualidade, tenho apenas um dedo a apontar a Emy. Quanto a mim, as suas músicas pecam sobretudo por ter uma sonoridade muito semelhante, ou seja, é difícil fazer distinção entre as diferentes músicas, parecendo de alguma forma, que existe apenas uma música, que é tocada e cantada de maneira ligeiramente diferente de cada vez.

Depois de todos estes aperitivos, finalmente o prato principal! Os primeiros acordes da guitarra surgem ainda nos bastidores, servindo de música ambiente à entrada de Mr. E em palco. Que, by the way, estava com um aspecto estranhíssimo. Com um fato-de-macaco branco (daqueles que só os homens das limpezas e os assassinos em série usam), uma bandana azul escura enfiada até quase aos olhos, óculos escuros e uma barba preta e densa como o breu, Mr. E parecia literalmente um dos Wolf Boys do México. Independentemente do seu aspecto peculiar, Mr. E e as restantes Enguias (que também tinham todos barba e óculos escuros), deram ao público um bom espectáculo, com direito a barrinhas de cereais e tudo (pelo menos penso que foi isso que ele atirou para o público). Numa onda claramente mais aguitarrada, os Eels ofereceram uma sonoridade dentro do estilo good old rock n’ roll. Das várias músicas presentes no alinhamento, lanço o destaque para o Souljacker Part 1, That Look You Give That Guy, Fresh Blood (Aauuuuuu!), Prizefighter e Summer in the City, originalmente dos Lovin’ Spoonful. Deixo aqui também uma nota positiva para o Knuckles, actual baterista de serviço de Mr. E, pelo grande desempenho.

No final, ainda lá tentei ir às traseiras do Coliseu pedir ao Mr. E para me autografar o livro (Things the Grandchildren Should Know), mas os macacões vestidos com pólos laranja (os seguranças) mentiram-me à cara podre, dizendo que a banda já tinha saído. Enfim, resignei-me e virei costas. O que havia de fazer… ? No entanto, pelo meio ainda lá encontrei o Fernando Alvim (que eu desconfio seriamente que conserva, ou restos de líquido amniótico, ou baba do Alien no cabelo) e o Nuno Lopes, que por acaso tinha uns ténis da Abbibas (a.k.a. Addidas) iguaizinhos a uns que eu queria.

And that’s it, folks!

Capítulo segundo

Hoje a Pastora regressa com novas aventuras. Desta vez, com uma nova personagem à mistura. Até porque a Pastora e a Pescadora (maléfica arqui-inimiga) estão actualmente em estado de tréguas. Como tal, a vossa amiga escolheu outro alvo a abater: a Leiteira.

«Leiteira? Quem é a Leiteira? Porquê Leiteira?» – perguntam vocês. A Leiteira é assim designada devido aos seus fartos e bem apessoados seios, que poderiam alimentar milhares de criançinhas (que  morreriam imediatamente após a toma da mamada, devido ao facto do leite ser tóxico). Não obstante a toxicidade do produto, o facto é que a Leiteira tem leite para dar e vender. Para além deste aspecto, a Leiteira é assim designada, simplesmente porque tem ar de leiteira, com o seu aspecto anafado e discurso campónio.

«Oh Pastora, tu és tão má… o que te fez a pobre Leiteira para merecer tanto rancor?» – poderiam eventualmente vocês perguntar-me. A Leiteira está a ser alvo do desprezo da Pastora, simplesmente porque é uma pessoa estúpida. É talvez a pessoa mais pobre de espírito que a Pastora teve oportunidade de conhecer nos últimos 10 anos, senão mais. Ornamentada por fora e vazia por dentro, tal como um boneco de loiça (daqueles pirosos), a Leiteira vive a sua vida com os olhos postos no status, no sucesso e no dinheiro. Para esta criatura triste, o valor das pessoas é medido pelo valor da sua conta bancária e pelo prestígio social do seu posto de trabalho. Trabalha? Não trabalha? Em que é que trabalha? Ganha muito? Ganha pouco? São perguntas frequentemente proferidas pela boca da criatura. Não se deixem enganar pelo seu ar docinho e sonsinho. Esta mamalhuda de duas faces está constantemente a avaliar-vos pelo vosso valor socialmente estabelecido. A Leiteira é assim uma pessoa profundamente falsa e com uma necessidade atroz de colocar-se numa posição de superioridade perante os outros, mas claro, sempre de um modo sonsinho. O seu modus operandi consiste em usar e abusar da sua irritante pose paternalista, bem como falar com e acerca das pessoas como se estas tivessem alguma deficiência mental profunda. Como não podia deixar de ser, a Leiteira gosta muito de criançinhas. Até porque estas são o alvo perfeito para a aplicação do seu modus operandi. Para agravar ainda mais a situação, a Leiteira é uma pessoa absolutamente desinteressante. Ouvi-la é equivalente a ouvir os discursos deslavados da Paula Bobone, acerca da etiqueta. Não tem interesses, não tem hobbies, não tem gostos de qualquer espécie que não sirvam o propósito de subir na hierarquia social que existe dentro da sua própria cabeça.

Por todas estas razões e ainda mais algumas, a Pastora declara aqui oficialmente a Leiteira enquanto persona non grata. No entanto, devido à ridicularidade de pessoas com tal natureza, a Leiteira servirá de referência para aventuras futuras, para ao menos nos podermos rir em conjunto da criatura, e assim retirar algum proveito da existência desta pessoa.

Pipe smoking Shepherd

Hoje a Pastora teve a oportunidade de fumar pela primeira vez cachimbo. Devo admitir, ainda que não seja fumadora, que achei uma experiência interessante. E também mais agradável do que fumar tabaco regular. Fumar cachimbo tem uma mistura de subtileza e dureza, ao mesmo tempo que parece ser mais higiénico, por assim dizer, face ao tabaco normal. E isto sobretudo devido aos cheiros. Sendo que um dos grande males do tabaco, quanto a meu ver, bem pior do que os malefícios para a saúde, é o cheiro impregnado que fica em todo o lado… no hálito, nas mãos, na roupa. Já com o cachimbo não há tanto esse problema. Portanto, é uma espécie de vício mais limpo, diria. De qualquer das formas, não era bem isto de que vos queria falar. A pergunta essencial de ressalta de toda esta experiência, é a seguinte: mas porque raio existem tão poucas mulheres a fumar cachimbo?!

Tendo a Pastora uma costela feminista, um fenómeno destes não poderia passar ao lado. Afinal de contas, quem é que disse que não era suposto as mulheres fumarem cachimbo? Após questionamento a alguns indivíduos do sexo oposto (nomeadamente estes), recebo a resposta de que uma mulher a fumar cachimbo não é estético. O que é perfeitamente ridículo! E ainda que compreenda que estéticas não se discutem, é interessante pensar que talvez há 50 anos atrás, também não seria considerado muito estético ver uma mulher fumar tabaco normal. Portanto, quanto a mim… é tudo uma questão de hábito. Não é como se o facto de uma mulher fumar cachimbo a tornasse imediatamente numa mulher-homem (daquelas tipo butch). Inclusivamente, segundo pude apurar, era não só frequente, mas também popular, nos séculos XVII e XVIII, as mulheres fumarem cachimbo, nomeadamente as senhoras respeitáveis da nobreza, bem como da classe burguesa. Portanto, a Pastora deixa aqui um apelo a todas as leitoras a revitalizarem o uso do cachimbo pelas mulheres:

Women! Let’s bring the pipe back!

Shepherd’s skull

Literalmente.

Aparentemente a opinião médica refere que tenho «ligeira hiperostose fronto-parietal», ou seja, estou oficialmente diagnosticada de cabeça dura.

God save the queen

Após ter feito uma data de tabelas em Excel e de um modo quase auto-didacta ter inserido umas fórmulas do camandro (que relacionavam até três variáveis entre si), para fins estatísticos, fiquei tão contente comigo própria que decidi auto-nomear-me a Rainha do Excel. Como também podem ver pela foto do evento da coroação…

Hail the Shepherd, Queen of Excel!

P.S. Ok, ok… eu sei que pode parecer pouco humilde, mas vá lá… deixem-me ter o meu momento de delírio megalómano e narcísico.

Capítulo Primeiro

Talvez pela primeira vez na vida, a Pastora (criatura pacífica do campo) tem a felicidade, de a partir de agora, também ter uma Arqui-Inimiga.

Trata-se, nem mais nem menos, da Pescadora!

A Pescadora, ao contrário da Pastora, é uma criatura de pouca confiança. Dona de uma certa altivez, tem trejeitos de varina polida, fazendo sempre questão de mandar o seu bitaite sarcástico, assim a modos como a dar chapadinhas de luva branca. A Pescadora, no entanto, não é uma pescadora qualquer. Até porque não é verdadeiramente pescadora. É uma pescadora de cidade. Assim a modos como o Sócrates que renegou as suas raízes de pastoreio. Tal como este último, a Pescadora tem traços de ressabiamento, devido às suas humildes raízes piscatórias, não conseguindo aceitar os genes saloios presentes no seu ADN. O seu engodo é o o seu sorriso aparentemente simpático e seria de esperar que a sua arma fosse um remo, mas não, é uma mala da Louis Vuitton.   

A Pastora como ser soturno e pacato que é, nada fez para contribuir para esta situação, no entanto, a Pescadora fez questão de se atravessar no pasto alheio.

Ainda assim, a Pastora não se deixa intimidar por marcas de luxo francesas. E com Louis Vuitton, ou sem Louis Vuitton, a força do cajado dá conta do recado (até podia ser o meu moto, hein?).

To be continued…